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O Retorno de João Vialle: Da Lesão Devastadoras à Superação no Ituano
Por Redação FutCeará em 10/10/2024 10:06
A Jornada de Superação de um Zagueiro Promissor
Em 2022, o mundo de João Vialle desabou. Aos 19 anos, o zagueiro do Athletico Paranaense sofreu uma lesão grave no joelho, que o afastaria dos gramados por, no mínimo, seis meses. Uma cirurgia complexa o deixou em dúvida sobre seu futuro: seria possível voltar a jogar em alto nível? E mais importante, seria possível realizar o sonho de ser jogador de futebol?
Dois anos se passaram e as perguntas foram respondidas: sim, Vialle voltou a jogar em alto nível e o sonho de ser jogador foi realizado. Aos 21 anos, o defensor disputou todos os onze jogos do Ituano em 2024, sendo titular nos oito últimos. Ele se tornou um jogador crucial para o time, protagonizando lances marcantes, como o gol evitado contra o Mirassol, quando tirou de cabeça em cima da linha.
Vialle foi contratado pelo Galo de Itu em janeiro de 2024, após se destacar no Pouso Alegre-MG no ano anterior. Mas para entender a trajetória de sucesso de Vialle em 2024, é preciso voltar a 2022 e mergulhar na história da sua superação.
A Luta Contra a Descrença e a Força da Mente
Em entrevista exclusiva ao ge, Vialle relembrou a lesão que o fez questionar seu próprio retorno ao futebol: "Tive a lesão no joelho no momento de consolidação de passar da base para o profissional em um clube de Série A como o Athletico. Um sonho se realizando depois de ter vivido anos na base, me consolidando para buscar meu espaço, mas acabei rompendo meu menisco na semana que eu iria para jogos para compor o elenco. Tive uma alça de balde, que os médicos chamam. Não é fácil de tratar e precisei fazer cirurgia. Como tinha sido uma ruptura muito grande, precisaria fazer a sutura. E isso levaria a uma recuperação de seis meses. Tive essa lesão em um dos meus melhores momentos no Athletico. Pra mim, foi muito complicado, fiquei muito triste e abalado. Pensei que tudo que tinha feito podia ter ido por água abaixo."
A lesão o deixou em um estado emocional frágil: "Nossa mente tenta nos sabotar muito e nosso maior inimigo somos nós mesmos, muitas vezes. Ainda mais nesse momento que as pessoas ficam negativas, em um momento complicado. Passava muito na minha cabeça que eu não conseguiria voltar a jogar como antes. Se eu conseguisse voltar a jogar, teria muita dificuldade ou que ia me desestimular, fazer outra coisa, buscar outra profissão, outro sonho. Foi um momento de muito medo disso acontecer e por isso foi tão importante o apoio de todos que me ajudaram a sustentar e a acreditar. Quando o tempo foi passando, fui trabalhando minha mente. Hoje, graças a Deus consigo executar meu trabalho 100%," relembrou o zagueiro.
O Retorno e o Fortalecimento Mental
Vialle venceu as incertezas, superou a lesão e voltou a jogar futebol. Mas a batalha não se resumia apenas à recuperação física. A saúde mental também foi um foco crucial para o zagueiro: "Com a ajuda da minha família, da minha noiva, dos meus amigos, dos meus empresários, eu pude dar a volta por cima. Além dos fisioterapeutas e médicos do Athletico que sempre estiveram comigo. Aprendi a importância de me cuidar, de ser um atleta muito profissional. Me fez ter muita disciplina, entender o quão importante é cuidar da nossa saúde mental e acabei começando a fazer um trabalho para o mental. O Lulinha (coach mental) foi uma bênção na minha vida. Ele é conhecido pelo trabalho que faz e merece todo o reconhecimento que tem em ajudar atletas. Ele me ajudou a olhar as coisas por um ângulo diferente, a pensar fora da caixa e poder ressignificar muitas coisas naquele momento para eu poder voltar a jogar e a viver bem e feliz. Ele foi um cara fundamental nesse processo, e me ajuda muito," destacou o jogador.
Após a recuperação, Vialle retornou ao time sub-20 do Athletico para recuperar o ritmo de jogo. A Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2023 parecia ser a porta de entrada para o seu retorno definitivo. No entanto, outra lesão o atingiu: "Eu tinha que que voltar a jogar, fui para Copinha e voltei para a base. Não estava 100%, joguei os cinco primeiros jogos da Copinha e por uma falta de preparo tive uma ruptura de grau dois na coxa. De novo me vi naquela situação de lesão. Foi um balde de água fria. Tudo que eu aprendi em sete meses, tive que reutilizar, ter muita resiliência. Fiquei um mês e meio parado e quando voltei me vi em um cenário onde não conseguiria ficar no Athletico, teria que ser emprestado para voltar a jogar. No momento, a gente pensa que pode ser ruim. Fui para o Pouso Alegre e foi lá que eu retornei minha trajetória. Comecei a dar dei meus primeiros passos firmes no profissional e consegui resgatar tudo que eu tinha perdido nesse tempo," recordou.
O Ituano e a Confiança em um Futuro Brilhante
O Pouso Alegre, apesar de ter sido rebaixado à Série D do Campeonato Brasileiro, foi o palco para o renascimento de Vialle. As boas atuações chamaram a atenção do Ituano, um time da elite do Paulistão e da Série B do Campeonato Brasileiro. O zagueiro descreveu a chegada ao Galo de Itu como uma "grata surpresa": "Foi uma grata surpresa ter vindo para o Ituano. No fim de 2023, tive essa felicidade de saber que o Ituano queria contar comigo para essa temporada. Me senti muito privilegiado, muito lisonjeado pela grandeza do Ituano, tanto no cenário nacional como em São Paulo. É um time muito bem visto, muito respeitado, onde já saíram grandes jogadores. Um dos principais nomes é o Gabriel Martinelli, que saiu direto para a Europa. É um time muito respeitado que todo mundo sabe que sempre tem jogadores de qualidade. Fiquei muito feliz com a notícia, não pensei duas vezes e vim pro Galo de Itu. Tenho que agradecer ao técnico Marcinho, que foi o cara que me viu jogando, que acreditou no meu potencial. Fico muito feliz de poder estar somando para os meus companheiros. É um clube com muita tradição e espero fazer o melhor com essa camisa para podermos alcançar os melhores objetivos," falou.
Vialle conquistou a confiança da comissão técnica e se tornou titular da zaga, ao lado de Vitão. Apesar do momento difícil do Ituano, que entrou na zona de rebaixamento do Paulistão, o zagueiro mantém a fé: "Não imaginávamos começar o ano desse jeito, mas isso acontece no futebol. Porém temos muita confiança no trabalho que tem sido feito, no nosso dia a dia temos muita confiança e acreditamos que é um processo. Não é de uma hora para outra e temos muita fé que essa má fase vai passar por tudo que a gente vem treinando, desempenhando, acreditando, nos entregando dentro de campo. A maré vai virar e vamos conseguir ter os resultados que merecemos e que o Ituano merece," disse.
Sonhos de um Zagueiro que Ousa Sonhar Alto
Vialle, com seus 1,86 metros de altura, almeja que seus sonhos acompanhem sua estatura. Ele confessa que "ousa sonhar alto": "Os meus sonhos no futebol têm muito a ver com a vida. Tenho para mim que pensar grande e pensar pequeno dá o mesmo trabalho. Eu ouso sonhar alto, porque eu vou ter que trabalhar muito pra chegar lá, mas se eu pensar pequeno, também vou ter que trabalhar muito, mas não vou conquistar aquilo que talvez pudesse. O meu primeiro sonho é poder ajudar quem me ajudou e quem eu amo e poder retribuir tudo que fizeram por mim. Os meus pais, a minha noiva, meus amigos, meus sogros, familiares.
No universo do futebol, Vialle sonha em vestir a camisa da Seleção Brasileira e brilhar nos grandes clubes da Europa: "À nível de carreira, sonho em ser um zagueiro de seleção brasileira, em jogar em grandes clubes da Europa. Quero ser exemplo para gerações futuras, não só dentro de campo, mas principalmente fora dele, porque o futebol se faz dentro e fora de campo. Quero ser exemplo de um ótimo homem, e que entendam que isso fez com que eu pudesse me tornar um grande jogador," finalizou.
A Dedicação e a Busca Constante por Evolução
Vialle é um jogador que se dedica ao aprimoramento constante: "Essa parte de estudar os meus jogos e os jogos dos adversários para estar sempre preparado é um trabalho que eu faço de análise tática individual com o Marcos Porangaba. Ele é um profissional muito qualificado, o cara dos detalhes, aquele que me faz enxergar a minúcia dentro do jogo, aquilo que vai decidir o jogo, aquilo que eu devo fazer dentro de campo, como que eu devo defender, como eu devo construir o jogo. Ver meus pontos fortes, meus pontos fracos, o que eu tenho a melhorar para sempre ser o mais completo possível."
As Raízes do Sucesso: Uma Jornada Rápida e Decisiva
Vialle relembra os primeiros passos da sua carreira: "Nas categorias de base, eu jogava pelo Paraná Clube e ainda tinha 16 anos. Um dia surgiu uma oportunidade que parecia única e as coisas estavam encaminhando. Eu já estava na minha cabeça que ia em outro estado, outra cidade, que já ia me mudar e sair de casa. Foi aí que o Athletico Paranaense apareceu e fez uma proposta. Um time que eu sempre jogava contra, via com ótimos olhos e sempre estava dentro da estrutura fenomenal deles, que eu sempre enfrentava na base. E aos 48 do segundo tempo, essa proposta veio e mudou totalmente o curso da minha vida, porque continuou a minha formação muito bem e eu só sou jogador hoje por ter passado por esses clubes e foi tudo muito rápido. Às vezes você tem que acreditar nos seus sonhos que você não sabe o que vem pela frente. Um dia você está de um lado, outro dia você está do outro."
A Estrela Brilhando: A Estrela de um Sonho Realizado
Vialle recorda a sua estreia no profissional do Athletico Paranaense: "Em um dia fui treinar pela base e eu treinava de vez em quando com o elenco profissional pra completar treino. Jogo de zagueiro e de lateral direito, estava indo pra treinar com o sub-20 e recebi uma ligação antes do treino que perguntava se eu estava com as minhas roupas de concentração, porque naquele momento eu ia viajar com o elenco principal para um jogo contra o São Paulo no Morumbi. Era aniversário do meu irmão naquele dia, eu deixei tudo para trás, não fui no aniversário dele, mas foi uma felicidade enorme de todos. Foi um dos meus primeiros jogos, eu fui para lá e acabei entrando, jogando bem em um jogo muito incrível de Série A, e que aconteceu do nada. Eu tinha que estar preparado: achava que ia jogar pelo sub-20 e acabei jogando pelo profissional contra o São Paulo.
A Vida Fora dos Gramados: Equilíbrio e Paixão
Vialle compartilha seus momentos de lazer: "Sou um cara que gosto de estar muito perto das pessoas que eu amo. Hoje eu vivo com a minha noiva. Nos momentos de semana que estamos livres, gosto muito de estar junto com ela. Gostamos muito de passear, conhecer lugares novos, ir no cinema, fazer coisas que distraem a nossa mente, que possamos aproveitar, dar umas risadas, sair com nossos amigos. São coisas que gostamos bastante. Quando tenho um tempo livre mais sozinho, gosto muito de ler, coisas que me beneficiem tanto como jogador, como pessoa. Gosto muito de aprender com livros, séries e também de observar meus próprios jogos. No meu tempo livre estudo o que eu faço, o que posso melhorar, o que eu já tenho feito de bom. E gosto muito de ir em restaurante e conhecer comidas novas. Eu e minha noiva procuramos sempre pratos diferentes para experimentar, vendo o que vamos achar de bom. Quando têm folgas maiores, gostamos muito de ir para a praia, de estar perto da natureza.
João Vialle, zagueiro do Ituano, relembra a superação após lesão grave: ?Tive a lesão no joelho no momento de consolidação de passar da base para o profissional em um clube de Série A como o Athletico. Um sonho se realizando depois de ter vivido anos na base, me consolidando para buscar meu espaço, mas acabei rompendo meu menisco na semana que eu iria para jogos para compor o elenco . Tive uma alça de balde, que os médicos chamam. Não é fácil de tratar e precisei fazer cirurgia. Como tinha sido uma ruptura muito grande, precisaria fazer a sutura. E isso levaria a uma recuperação de seis meses. Tive essa lesão em um dos meus melhores momentos no Athletico. Pra mim, foi muito complicado, fiquei muito triste e abalado. Pensei que tudo que tinha feito podia ter ido por água abaixo.? https://twitter.com/user/status/id
— ge (@ge) https://twitter.com/user/status/id
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