Ceará Feminino: Um Retorno Incerto Após Abandono e Recomeço

O Retorno Incerto do Ceará Feminino

O Ceará, após anunciar a extinção do time feminino profissional em março de 2024, surpreendeu ao retornar à disputa do Campeonato Cearense com um time formado por atletas das categorias de base. A equipe, classificada para a semifinal do estadual, busca reconquistar o título que conquistou em 2023, mas o futuro do futebol feminino profissional no clube permanece nebuloso.

Aposta na Base: Uma Decisão Arriscada?

A decisão de utilizar jogadoras do Sub-17 e Sub-20 para formar o time profissional, embora ofereça oportunidade e experiência às jovens atletas, levanta questionamentos sobre o planejamento para o futuro do futebol feminino no Ceará. A equipe, composta por 20 jogadoras da base, representa 74% do time.

Em 2024, o orçamento do futebol feminino foi limitado a R$ 1,5 milhão, levando o clube a manter apenas as categorias Sub-15 e Sub-17. A desistência da Série A2 do Campeonato Brasileiro Feminino obrigou o Ceará a buscar uma vaga na Série A3 através do Campeonato Cearense.

Uma Nova Chance ou Um Novo Abandono?

Caso o Ceará consiga uma vaga na Série A3, a diretoria terá que decidir se irá competir no profissional ou se irá abrir mão novamente da disputa nacional. A decisão de abandonar a competição nacional em 2024 gerou críticas e questionamentos sobre a falta de compromisso do clube com o futebol feminino.

As atletas que fizeram história no Ceará Feminino, como as campeãs cearenses de 2023 e as campeãs brasileiras da Série A2 de 2022, merecem mais do que um projeto inconsistente e descontinuado. As jovens que iniciam suas carreiras no futebol também precisam de apoio e investimento do clube para que possam se desenvolver e alcançar seu potencial.

Uma Nova Era ou Uma Repetição de Erros?

É fundamental que o Ceará deixe para trás o descaso demonstrado no passado e assuma um compromisso sério e profissional com o futebol feminino. A equipe precisa de um planejamento estratégico, investimento e apoio para que possa se manter competitiva e conquistar resultados consistentes.

Disputar apenas uma competição e desfazer a equipe não é um caminho sustentável para o futebol feminino no Ceará. O clube precisa construir um projeto sólido, com objetivos claros e um plano de desenvolvimento para as atletas.

Caso o Ceará não queira repetir os erros do passado, precisa se comprometer com o desenvolvimento do futebol feminino, investindo em estrutura, treinadores qualificados e oportunidades para as atletas. O futuro do futebol feminino no Ceará depende de uma mudança de postura e de uma visão estratégica por parte da diretoria.

As Atletas da Base do Ceará Feminino

Goleiras: Lelê (Sub-17) e Raíssa (Sub-20); Laterais: Sabrina (Sub-17), Mariana (Sub-17), Vitória (Sub-20) e Fernandinha (Sub-20); Zagueiras: Emilly (Sub-17), Bel (Sub-17) e VK (Sub-17); Volantes: Laís Stephanny, Natiele e Késia (Sub-17); Meio-campistas: Kaillany, TH (Sub-17), Kay (Sub-17) e Bruna (Sub-17); Atacantes: Evelyn (Sub-17), Camilly (Sub-17), Hellen (Sub-17) e Carine (Sub-17).

O futuro do Ceará Feminino permanece em aberto. A equipe, que ressurgiu com as jovens promessas da base, precisa de um plano estratégico e investimento para se manter competitiva e garantir um futuro promissor para o futebol feminino no estado.